Ao ler um livro, deparei-me com uma situação a qual foi bater à porta de todas as minha memórias para situações idênticas e verifiquei o quão verdade isso é. E despoletado pela expressão “aperto de mão”. Tentem lembrar-se de todas as vezes que foram abordados por um médico/médica qual é a forma de primordial de interacção? Ora nem mais, imaginem-se a entrarem num consultório por exemplo, o Sôr Doutor sentado com a sua bata branca empunhando estetoscópio ao pescoço, levanta-se e simultaneamente estendem a mão e dá-se o acto - o Aperto de Mão. E então qual a questão? A questão é quantas vezes foi abordada dessa forma por um enfermeiro/enfermeira? Será apenas coincidência ou algo mais?
Segundo Bernice Buresh e Suzanne Gordon autoras do livro: Do Silencio à Voz, que desde já recomendo a todos os alunos de enfermagem e enfermeiros,
“ao não optar pelo tradicional aperto de mão, as enfermeiras estão a comunicar que o papel delas não é tão significativo como o dos médicos. Independentemente daquilo que as enfermeiras digam acerca delas ao apresentarem-se, a sua incapacidade em afirmarem a sua presença individual através do contacto físico sugere que elas estão em segundo plano. (…) Um aperto de mão firme e cordial é parte fundamental para uma apresentação e proporciona a oportunidade para se referir nome e habilitações.”
Na qualidade de aluno de enfermagem, e em contexto de ensino clínico, ou se preferirem estagio, de uma forma completamente inconsciente pois nunca tinha sido alertado para esta situação, tenho por habito cumprimentar com aperto de mão, mas apenas a homens, contudo penso que seja algo de cultural e não (até ao momento) como fazendo parte da minha afirmação como AE mas inconscientemente de forma a criar logo à partida uma certa relação empática. Todos nós sabemos a importância do toque no cuidar, mas quantos de nós praticamos este simples acto de afirmação profissional, e de abertura à relação, à criação da confiança essencial no cuidar? A partir de hoje quero ver tudo a “fazer” apertos de mãos.